
Kelvi Maycon
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18 de out. de 2025
A Inteligência artificial (IA) é a ciência de criar sistemas que percebem o ambiente, aprendem com dados e tomam decisões autônomas para resolver problemas específicos.
Em vez de seguir instruções rígidas, essas máquinas identificam padrões, raciocinam sobre eles e agem com um grau de flexibilidade comparável ao humano, algo impensável há poucas décadas.
Conceitos fundamentais da inteligência artificial
Mesmo com tantas vertentes diferentes, três pilares surgem repetidamente quando falamos de IA.
Redes neurais artificiais: estruturas matemáticas que imitam o cérebro, ajustando “sinapses” digitais até reconhecer desde fraturas em radiografias até vozes em um aplicativo de mensagens.
Processamento de linguagem natural (PLN): técnicas que permitem ao computador interpretar e gerar texto graças ao Transformer, arquitetura que adivinha a próxima palavra após estudar bilhões de frases.
Reconhecimento de padrões: habilidade de enxergar correlações invisíveis em grandes bancos de dados, seja para prever falha em turbinas ou detectar fraude financeira.
Esses componentes impulsionam cada salto histórico descrito a seguir.
A origem da inteligência artificial
Muito antes dos microchips, autômatos gregos e o lendário Golem já ilustravam o sonho de máquinas pensantes.
O ponto de virada ocorreu em 1950, quando Alan Turing propôs o Teste de Turing, questionando: “Máquinas podem pensar?”.
Seis anos depois, John McCarthy, Marvin Minsky e Claude Shannon se reuniram na Conferência de Dartmouth (1956) e cunharam o termo “inteligência artificial”.
Dali saíram programas como o Logic Theorist (1956), que provava teoremas, e o General Problem Solver (1957), capaz de resolver quebra-cabeças. Essas iniciativas criaram a base para toda a pesquisa subsequente.
A primeira onda da inteligência artificial (1950–1970)
O período pós-Dartmouth foi dominado pela “IA simbólica”, fundamentada em regras manuais.
Sistemas baseados em regras e lógica simbólica
A essência desses sistemas era a lógica “SE-ENTÃO”. O DENDRAL, por exemplo, analisava espectros químicos: SE encontrasse determinado pico, ENTÃO sugeria uma molécula específica.
O sucesso inicial foi ofuscado pelo excesso de regras conflitantes, fator que levou ao primeiro “inverno da IA” no fim dos anos 1970.
Os primeiros programas de linguagem natural
ELIZA (1966) popularizou chatbots ao simular um psicoterapeuta apenas trocando palavras-chave. Na sequência, SHRDLU (1970) manipulava blocos virtuais por comandos em inglês.
Apesar da limitação semântica, esses experimentos mostraram que interagir em linguagem humana era possível, inspiração direta para os grandes modelos de hoje.
A segunda onda da inteligência artificial (1980–1990)
Com novos investimentos, surgiram os sistemas especialistas. O XCON, da Digital Equipment Corporation, configurava servidores automaticamente, poupando milhões de dólares.
Na academia, Geoffrey Hinton e colegas ressuscitaram as redes neurais ao apresentar a retropropagação (1986), método que ajusta pesos em múltiplas camadas. A computação ainda era modesta, mas o terreno estava fértil para a próxima década.
A era do aprendizado de máquina (2000–2010)
Dois catalisadores mudaram o jogo: big data e GPUs. Empresas passaram a registrar cliques, imagens e áudio em escala massiva, enquanto placas gráficas aceleravam cálculos matriciais.
O termo deep learning foi popularizado em 2006, e redes convolucionais passaram a enxergar o mundo com precisão inédita.
Em 2005, veículos autônomos completaram o DARPA Grand Challenge; em 2011, o Watson da IBM derrotou campeões no Jeopardy!, unindo PLN e bases de conhecimento gigantes.
A era moderna da inteligência artificial (2010 até hoje)
A partir de 2010, a IA passou do laboratório para o bolso do usuário – basta lembrar de Siri, Alexa e Google Assistant. Dois marcos selaram a popularização:
Em 2016, o AlphaGo venceu o campeão mundial Lee Sedol, resolvendo um problema antes considerado “intransponível” pela pura força bruta.
Em 2022, IAs generativas acessíveis explodiram, permitindo criar textos, imagens e códigos em segundos.
Grandes modelos de linguagem e seus impactos
LLMs como GPT, BERT ou Claude são treinados em trilhões de tokens e chegam a centenas de bilhões de parâmetros. Do GPT-1 (2018) ao GPT-4 (2023), saltou-se de respostas simples para análises jurídicas, scripts de software e textos multimodais.
Empresas já automatizam 70% dos tickets de suporte com esses modelos, mas ainda enfrentam “alucinações” e vieses – daí o uso crescente de RLHF (Reinforcement Learning from Human Feedback).
A revolução da IA generativa em texto, imagem e código
Ferramentas como GPT Image e Nano Banana transformam descrições textuais em arte digital complexa.
No desenvolvimento, o GitHub Copilot aumenta em até 55% a produtividade de programadores ao sugerir funções inteiras.
Na música, geradores de áudio entregam trilhas sob medida sem royalties. Criatividade e automação agora caminham lado a lado.
Tipos de inteligência artificial
IA Estreita (ANI): Especializada em tarefas pontuais, como filtrar spam ou recomendar séries.
IA Geral (AGI): Visão de um sistema capaz de aprender qualquer disciplina. Pesquisas divergem sobre prazos, mas metade dos especialistas no Metaculus aposta em meados de 2047.
Superinteligência: Entidade hipotética que ultrapassa a cognição humana em todas as frentes, tema frequente em discussões sobre singularidade tecnológica.
Aplicações atuais da IA em diferentes setores
Saúde: diagnóstico por imagem, descoberta de medicamentos e triagem de pacientes via chatbots.
Negócios: automação de processos, detecção de anomalias financeiras e análise preditiva de churn.
Educação: plataformas adaptativas ajustam trilhas de estudo ao ritmo do aluno.
Entretenimento: streaming com recomendações hiperpersonalizadas e criação de roteiros.
Segurança: câmeras inteligentes identificam comportamentos suspeitos e avaliam riscos em tempo real.
Impactos da inteligência artificial no mercado de trabalho
Relatórios do Fórum Econômico Mundial estimam que, até 2027, 83 milhões de tarefas repetitivas serão substituídas, enquanto 69 milhões de novos postos ligados a IA e análise de dados surgirão.
Profissões de alto valor agregado, como engenharia de prompts ou auditoria algorítmica, despontam. No entanto, habilidades humanas – pensamento crítico, criatividade e inteligência emocional – ganham ainda mais relevância.
Quais são os desafios éticos na evolução da inteligência artificial?
Vieses algorítmicos podem negar empréstimos ou reforçar desigualdades. Sistemas de reconhecimento facial levantam debates sobre privacidade, e a responsabilidade por decisões tomadas por IA médica permanece nebulosa.
Reguladores correm para acompanhar: a União Europeia desenvolve o AI Act, enquanto o Brasil discute o PL 2.338/23 para classificar riscos e exigir auditorias.
O futuro da inteligência artificial
Pesquisas em IA explicável (XAI) buscam transparência, essencial em finanças e saúde. A computação quântica promete acelerar simulações químicas complexas.
Em paralelo, arquiteturas híbridas que unem redes neurais e raciocínio simbólico podem aproximar a AGI.
Nesse cenário, a colaboração homem-máquina tende a superar a ideia de substituição total.
Como se preparar para um mundo transformado pela IA?
Desenvolva pensamento crítico, criatividade e literacia de dados.
Mantenha aprendizado contínuo com microcursos, bootcamps e comunidades de prática.
Nas empresas, promova cultura de experimentação rápida e governança de dados robusta.
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